sexta-feira, 6 de julho de 2012

Por pouco


Cheguei em Volta Redonda no sábado já sem nenhuma esperança. O campeonato estava difícil e não vislumbrava nada. Nunca tinha conseguido sequer um pódio no asfalto correndo pela F46. Mas no final das contas saí bastante empolgado, com chances de brigar por algo mais.
Começamos os trabalhos com as baterias adiadas da primeira etapa e a Super-Pro foi logo a primeira a ir pra pista no traçado normal. Sorteei o kart 1 e até essa altura ninguém fazia ideia de como estavam de equilíbrio. Comecei o qualify e com uma volta apenas percebi que o 1 além de perder de reta tinha um freio ridículo, um passo pra um acidente em freadas de final de reta. Voltei aos boxes e peguei o 4 que era o primeiro da fila. Sempre foi um ótimo kart e já saí confiante. Não consegui fazer nenhuma volta boa com ele e mesmo assim larguei em quarto. Sabia que tinha grande chance de fazer boa corrida. Logo na largada do segundo pra trás todos se embolaram. Bom pro Raphael Bastos que largou na pole e foi-se embora com muita facilidade se aproveitando da briga que ficou pra trás. Após um verdadeiro pega-pra-capá Taylor e em seguida eu conseguimos escapar e nos distanciamos do bolo. Daí foi só levar a criança pra casa e comemorar o terceiro lugar. Porém, eu que chegara'em Volta Redonda a 7 pontos de um troféu fiquei a 9, graças ao segundo lugar do Taylor. Com uma corrida confusa, Antonio Pimentel se complicou no campeonato terminando a corrida em oitavo e já chegava à final três pontos atrás de Raphael Bastos.
Antes da outra bateria da Super-Pro eu tinha a finalíssima da OPEN onde disputava o título com outros 4 pilotos. Cheguei 3 pontos atrás do líder Gustavo Taveira e 1 pontinho atrás do segundo Humberto Rubin. Peguei o kart 7 que todos falavam ser o bala do dia. E de fato era. O kart era uma covardia absurda.  E logo no traçado invertido, onde corro melhor. Larguei em quarto em um grid de 18, mas sabia que mais uma vez não fizera um bom qualify e poderia me recuperar. Gustavo largava lá atrás e Rubin era o pole. Minha briga seria com ele. Bandeira verde e parti na cola do segundo e do terceiro. Logo na terceira curva levei uma pancada violenta vinda de algum banzai lá de trás. Caí pra nono e vi os ponteiros se distanciarem e o título dar tchau. Tudo o que pude fazer foi recuperar as posições perdidas e tirar o máximo possível dos líderes. Talvez com mais 3 voltas eu chegaria. Conseguia tirar tempo inclusive do Rubin que disputava o título comigo e liderava a corrida. Não deu, mas ficou a boa sensação de uma ótima corrida e um bom esquenta pra final da Super-Pro. Vice-campeão da OPEN. 
E a Super-Pro partiu pra pista algum tempo depois. Fui sorteado com o 18 e vi que ele já tinha vencido uma corrida, mas só isso. Não figurava entre os melhores, nem de longe. A corrida que o Adriano Gaiote havia vencido com ele tinha sido muito conturbada. Fui desconfiado. Pra minha sorte, na hora de ligar o kart a corda estava solta, nem ligava. O mecânico me apontou o 12 e fui novamente confiante. Era um ótimo kart e de cara vi que a pole seria minha. Seria, se eu não tivesse me enrolada em todas as tentativas de volta rápida. Abria distância dos adversários, mas a superioridade era tanta que eu chegava novamente e estragava a volta. Restou me consolar com o segundo lugar. Novamente Raphael Bastos na pole. Parti pra cima na largada e logo na primeira volta ficou claro que a corrida seria minha ou dele. Colei nas primeiras voltas e só me preocupei em abrirmos dos outros competidores. Com uma distancia confortável preparei meu bote. Consegui uma ultrapassagem com relativa facilidade na jandira, primeira curva do traçado invertido. Pensei que abriria facilmente. Enganei-me. A corrida foi dura e o que se viu foi um espetácu-lo. Raphael era mais rápido que eu em alguns trechos e seguiu na minha cola até o fim. Eu tinha certeza que ele daria o bote no final e que seria na jandira. Me mantive focado e puxei nosso trem durante toda corrida. Quando avistei a bandeira branca fechei na jandira e não deixei espaço para ele. O mesmo me disse depois que realmente tentaria ali. Depois disso relaxei. Perigoso relaxamento. A 3 curvas do fim errei algo que não havia errado antes. Uma escapada fatal, coisa pouca, que permitiu a passagem limpa do Raphael. Me restou a vontade de cortar as orelhas, arrancar o nariz e enfiar uma faca nos olhos. Uma bobeira monumental que me custou o ouro e, como só soube após a corrida, o troféu de terceiro lugar que voltara para o Antonio Pimentel, que mais uma vez fez péssima corrida e chegou em oitavo. Apesar disso, fiz a volta mais rápida do dia no invertido em toda F46.
Mas logo a calma se estabeleceu. Percebi que estava definitivamente dentro do campeonato. Raphael abriu uma boa vantagem, mas ainda restam 5 corridas. Terminei o dia a 1 ponto do terceiro e apenas 3 pontos do segundo. Só tenho a lamentar minha corrida patética em Guapimirim. Ali pelas minhas contas foram no mínimo 7 pontos pelo ralo.
Partiu agora três corridas no indoor, meu ponto forte. Vou buscar esse prejuízo e tentar já pular pra segundo na próxima. O título virá se eu merecer e tudo correr bem.
Aproveito aqui pra agradecer todos os competidores da Super-Pro. Tem sido uma experiência fantástica. Raphael Bastos pude descobrir que é ótimo piloto, realmente conhecia pouco dele. Fernando Taylor caiu da ACE comigo no ano passado e tem mostrado a garra e vontade de sempre para subir. Antonio Pimentel é um exemplo na F46, em constante evolução. Passou por todas as categorias e procura sempre o seu melhor. Ótimo adversário. Eduardo Carrero tem melhorado muito, mas ainda peca pela pouca experiência. Gualter tem feito o feijão com arroz e está sempre perto de beliscar um pódio, piloto muito focado. Thaís mostrou que pode ser muito competitiva e tá dando show na Super-Pro. Thiago com todo seu peso é sempre um adversário temido e leal, não fica pra trás de ninguém quando o assunto é talento. Leandro sente a falta de treinos, mas também é perigosíssimo. Não é a toa que foi o primeiro campeão da Road Trippin`.
Que venha o Point dia 22 de julho!
  

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